CAJU | O simples ganha complexidade e o regional se torna global
*Gustavo Alves
Uma rápida busca pelo nome dessa fruta, e uma infinidade de universos são encontrados.
Nos últimos tempos, o caju, fruta originária Brasileira e mais comum no nordeste, gerou grande relevância no universo das marcas, inspirando produtos ou não, que transcendem o seu uso original.
Perfumes, cremes, bonés, refrigerantes e disco já são encontrados, o último por sinal, lançamento da cantora Liniker, ocupa o topo das paradas e está presente em diversas playlists. O mesmo disco, trouxe com ele muito significado e carrega em seu nome, o mesmo da fruta.
O caju é símbolo de muita coisa, e este movimento das marcas em encontrar novos significados esbarra numa fruta que tem infinitas possibilidades, trazendo uma estética que remete à brasilidade, à natureza e à conexão com o orgânico. Estas conexões criam territórios benéficos para as marcas, que alinham identidade local e um certo resgate cultural.
Adicionando as lentes da semiótica, o caju simboliza mais que uma fruta, não é apenas um insumo, mas um significante que, ao ser interpretado por diferentes indústrias, comunica uma mensagem de originalidade e genuinidade.
Ao escolher o caju, as marcas não estão apenas oferecendo um produto, mas construindo narrativas que falam sobre um Brasil e pessoas, conectado às suas raízes, e ao mesmo tempo abertos à inovação. A valorização do caju é um exemplo claro de como o marketing atual está apostando em símbolos locais para criar laços emocionais com o público.
Como disse Liniker, na sua última música do álbum, "Seu nome não é caju atoa".
*Gustavo Alves, sócio e Head de Projetos e Atendimento na Karu, agência de marketing especializada em soluções tailor made.
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