Vendas no comércio registram queda de 3,51% em setembro
Além do desempenho ter sido negativo na comparação com agosto, houve retração de -0,34% em relação ao mesmo período de 2023. A boa notícia fica por conta da alta de 2,13% no acumulado deste ano e de 1,20% nos últimos 12 meses
A ausência de grandes datas comemorativas em setembro, a elevada taxa de juros, as incertezas econômicas e políticas e os efeitos dos eventos climáticos foram algumas das razões para que o comércio encerrasse o mês com queda de -3,51% em relação a agosto deste ano. Também ocorreu retração de -0,34% com igual período de 2023. No entanto, o setor ainda registra elevação de 2,13% no acumulado de 2024, assim como alta de 1,20% nos últimos 12 meses.
As informações foram divulgadas em coletiva de imprensa do Termômetro de Vendas da CDL Caxias, na manhã desta terça-feira (12), na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) do município.
As consultas ao SPC pelos consumidores obtiveram decréscimo de -22,68%, quando confrontado a agosto de 2024, e de -20,44% contra igual período do ano passado. O volume de inclusões de débitos aumentou em 16,56% no comparativo entre os meses de setembro e agosto de 2024, e de 43,93% versus igual período do ano passado. As exclusões também apresentaram leve alta de 0,60% relacionado ao mês anterior e 15,12% em relação ao mesmo período de 2023.
O número de inadimplentes se manteve estável (0,08%) na comparação com agosto e reduziu -9,95% no comparativo ao mesmo mês do ano anterior. O crédito teve variação negativa de -10,96% no volume de consultas em relação a agosto, e incremento de 33,5% na comparação entre setembro de 2024 e setembro de 2023.
A explicação para a significativa variação da inadimplência, mais uma vez, é por conta da decisão tomada pelo SPC Brasil de suspender a negativação de dívidas para pessoas físicas e jurídicas residentes no Rio Grande do Sul, entre 16 de maio e 30 de junho, considerando registros incluídos e/ou exibidos a partir de 1º de maio. A medida foi tomada em conjunto com os bureaus de crédito de todo o Brasil e a Associação Nacional dos Bureaus de Crédito (ANBC). A partir de 1º de julho, os registros puderam ser incluídos normalmente, o que também contemplou os que estavam represados desde o início da suspensão.
Desempenho negativo nos ramos mole e duro
No ramo duro, a variação entre setembro e agosto de 2024 teve retração de -3,34%. No acumulado do ano, houve pequeno crescimento de 1,28% e, nos 12 meses, decréscimo de -0,81%. O desempenho positivo, comparado ao mês anterior, ficou por conta dos segmentos de implementos agrícolas (7,24%) e informática e telefonia (4,82%), enquanto que os negativos foram dos automóveis, caminhões e autopeças novos (-6,94%), óticas, joalherias e relojoarias (-6,04%), eletrodomésticos, móveis e bazar (-5,80%), material de construção (-4,18%) e materiais elétricos (-2,63%).
No ramo mole, a variação entre setembro e agosto de 2024 foi de -4,05%, enquanto que, comparado com setembro do ano passado teve aumento de 3,19%. No acumulado do ano uma elevação de 4,79. Na variação do acumulado de 12 meses foi registrada alta de 7,69. Em setembro, todos os segmentos registraram desempenho negativo, liderado pelo vestuário, calçados e tecidos (-5,13%); livraria, papelaria e brinquedos (-3,45%); farmácias (-3,20%); e produtos químicos (-0,92%).
De acordo com Mosár Leandro Ness, assessor de Economia e Estatística da CDL Caxias, a ausência de uma data comemorativa significativa em setembro faz com que o período apresente estabilidade ou queda. Ele também menciona a incidência dos feriados nacional (dia 7) e estadual (20), em que muitas pessoas acabam viajando para outras cidades.
“Apesar de setembro não ter sido favorável, pela segunda vez em 2024 o acumulado de 12 meses ficou positivo em 1,20%, mostrando que mesmo com a queda em relação ao mês passado, olhando no longo prazo, o resultado é positivo. Os ramos relacionados aos eventos climáticos, que em meses anteriores tiveram aumento nas vendas, neste mês registraram redução, comparado ao mês passado, como é o caso dos materiais de construção e material elétrico, e também eletrodomésticos, móveis e bazar. O destaque positivo ficou por conta da venda de implementos agrícolas, o que mostra como os agricultores estão se preparando para o cultivo das próximas safras”, observa Ness.
O estoque do valor de dívidas em setembro apresentou alta na série, com taxa 0,97% contra 1,10% do mês anterior. Em 2024, o índice é positivo de 8,43% e, em doze meses, o crescimento é de 12,94%.
O emprego formal registrou crescimento de 4,3% nos empregos com carteira assinada em setembro, em relação mesmo período do ano passado, totalizando 170.814. Apenas no comércio foram 28.841 vagas, um aumento de 3,4% na quantidade de empregos formais, de um ano para outro. Quando comparado a agosto deste ano foram 259 vagas a mais.
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