Médicos do Sorriso humanizam ambientes hospitalares há duas décadas
Visita em Canela - Fotos: Arquivo Médicos do Sorriso
Livro e documentário registram os 20 anos de atuação da trupe de “palhaços-doutores”
Há 20 anos, um grupo tem sido o principal responsável pela humanização do atendimento hospitalar por meio do riso, com um projeto que teve origem em Caxias do Sul. Nesse período, o Médicos do Sorriso tem cumprido com excelência sua missão de promover emoções positivas e bem-estar em pacientes de todas as idades, acompanhantes e profissionais da saúde, aliviando as dores e o desânimo frequentemente associados às internações em hospitais do Rio Grande do Sul.
Clows Davi de Souza (E) e Edson Coelho (D)
O ator e diretor Davi de Souza, idealizador do projeto social, conta que a ideia inicial era levar brincadeiras, mágicas e música aos ambientes hospitalares. Ao longo dessas duas décadas, as doses de alegria foram administradas pelos “palhaços-doutores” em mais de 20 instituições de saúde gaúchas, impactando diretamente a rotina de mais de 150 mil pessoas. “Sempre levamos humanidade, com um olhar muito especial para cada pessoa que cruzamos pelo caminho”, afirma o “doutor” Davi.
Criado em 2004, o grupo começou a sua trajetória de amor e empatia dois anos antes, quando iniciou a organização e estruturação do projeto, até que os primeiros atendimentos foram realizados em um hospital de Caxias do Sul. “O trabalho dos Médicos do Sorriso é repleto de momentos incríveis e experiências inesquecíveis. Mesmo após 20 anos de atuação, esse contato com os pacientes ainda nos enche de emoção”, sintetiza o idealizador, que se inspirou no lendário médico e palhaço norte-americano Patch Adams.
Levando alegria desde 2004
Com o passar dos anos, diferentes palhaços se uniram ao grupo, cada um com sua singularidade artística, todos motivados pelo propósito de transformar os “Médicos” em uma luz brilhante em meio ao ambiente desafiador e sensível de um hospital. Para registrar as duas décadas de história, em 2023 teve início a produção do livro Médicos do Sorriso: Levando Alegria desde 2004 (Editora Desdobra, 199 páginas).
Na obra de linguagem carinhosa e lúdica, o escritor e clown Fernando Bins Sandi narra em detalhes a trajetória do grupo de “palhaços-médicos”. “Essa ideia do livro era antiga. Com o olhar focado no grupo, consegui transformar em narrativa a atuação visceral e passional dos atores. Minha base, como não poderia ser diferente, foi o trabalho humanizado, extremamente relevante no processo de cura e adaptação dos pacientes. Por isso, minha principal intenção foi transformar o grupo em um ser humano”, explica o autor. O livro conta com o conselho editorial de Guilherme Martinato e Marcos Mantovani.
Uma injeção de alegria
Paralelamente à produção do livro, o documentário Médicos do Sorriso: Uma Injeção de Alegria foi gravado ao longo dos últimos dois anos para ser lançado agora, no aniversário de 20 anos do grupo. O diretor Nivaldo Pereira, que também elaborou o roteiro, destaca sua longa relação com os Médicos do Sorriso, iniciada em 2004. Ele recorda que, em 2009, foi produzido um documentário mais curto, Dr. Palhaço, sobre os primeiros cinco anos da história.
O novo trabalho, no entanto, foi mais desafiador, dada a ampliação do grupo, a diversidade de públicos atendidos e um agravante: a pandemia. “É muito interessante ver o elemento surpresa da chegada dos ‘médicos’ nos quartos. O documentário é um convite para que o espectador entre nesse cotidiano, conheça a história, os bastidores, a preparação, as técnicas e os desafios enfrentados em cada corredor. Além das dificuldades, mostramos como esse trabalho é gratificante, emocionante e estimulante”, contextualiza o diretor. O filme tem 44 minutos de duração, com produção executiva e fotografia de Daniel Herrera.
O livro e o documentário foram apresentados na noite de segunda-feira (25/11), no Centro de Cultura Dr. Henrique Ordovás Filho, em Caxias do Sul, em um evento viabilizado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet 8.313/1991) – Ministério da Cultura, Governo Federal, Brasil: União e Reconstrução; com patrocínio de CPFL Energia e Stihl; e apoio de Rio Grande Energia (RGE) e Panvel.
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