Helicóptero da Polícia Civil atinge fios elétricos e causa explosões em meio a tiroteio na Baixada
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Um helicóptero da Polícia Civil colidiu com fios de alta tensão ao tentar desviar de disparos durante uma operação em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, na manhã de quinta-feira (20). O impacto gerou duas explosões, mas a tripulação conseguiu controlar a aeronave e pousar em segurança. O incidente reacendeu o debate sobre a necessidade de modernização da rede elétrica no Brasil.
Brasil - Na manhã desta quinta-feira (20), um helicóptero da Polícia Civil colidiu com fios de alta tensão em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, ao tentar se desviar de disparos. O impacto gerou duas explosões, mas os pilotos conseguiram manter o controle e realizar um pouso preventivo.
A aeronave, do Serviço Aeropolicial da Coordenadoria de Recursos Especiais (Saer/Core), dava apoio a buscas por suspeitos em uma área de mata quando foi alvo de tiros. Durante a manobra evasiva, a hélice tocou nos fios elétricos, provocando as explosões. Apesar do risco, a tripulação estabilizou o helicóptero e pousou em segurança para verificar danos.
Após a inspeção, foi constatado que a aeronave não sofreu danos graves e ninguém ficou ferido. A equipe seguiu com a operação normalmente. As autoridades investigam os responsáveis pelos disparos.
O incidente reacendeu o debate sobre a necessidade de modernização da rede elétrica. Diante desse cenário, o deputado Marcelo Crivella reapresentou um projeto de lei que obriga as concessionárias a substituírem as redes aéreas de distribuição de energia por fiações subterrâneas.
A proposta foi inicialmente protocolada em 2011, quando Crivella era senador, mas acabou arquivada. No ano passado, após o apagão que deixou milhões de pessoas sem luz, o parlamentar retomou a pauta no Congresso. Segundo levantamento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), cerca de 36 mil ocorrências envolvendo fiações elétricas foram registradas nos últimos anos, resultando em mais de 4 mil mortes. Atualmente, menos de 1% da fiação brasileira é subterrânea.
A nova proposta prevê a modernização das redes elétricas em cidades com mais de 300 mil habitantes, com prazo de quatro anos para implementação. “Se seguirmos o exemplo dos EUA e da Europa, deixaremos um legado para as futuras gerações”, defende Crivella. Além disso, o parlamentar destaca que a mudança é essencial para eventos internacionais, como a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30). Especialistas afirmam que redes subterrâneas reduzem falhas no fornecimento de energia, evitam acidentes e são mais seguras em casos de alagamentos.
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Segundo pesquisa do Ipea, o Brasil tem uma média de apenas 0,4% de linhas de energia enterradas, contra cerca de 20% nos Estados Unidos.
Atualmente, menos de 1% da rede elétrica brasileira é subterrânea. São Paulo tem apenas 60 quilômetros de cabos aterrados, enquanto cidades como Rio de Janeiro e Belo Horizonte têm 11% e 2%, respectivamente.
Enquanto na Europa o tempo médio que uma residência fica sem luz é de 12,2 minutos por ano (mesmo com a crise energética causada pela guerra na Ucrânia), na maior cidade brasileira algumas famílias relatam ficar mais de quatro dias sem energia.
Exemplos internacionais:
- Paris: A capital francesa começou a instalar sua rede elétrica subterrânea em 1910. Toda a fiação da cidade está no subsolo há mais de 60 anos, organizada em túneis subterrâneos.
- Nova York: Já possui 71% de seu cabeamento enterrado, totalizando cerca de 150 mil quilômetros de fios subterrâneos e quase 60 mil quilômetros de cabos aéreos.
- Buenos Aires: Desde a década de 1950, a cidade avança na substituição da fiação aérea pela subterrânea.
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