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por Lisete Alberici Oselame

Vivemos uma era em que a abundância de informações se tornou parte do nosso cotidiano. O fluxo incessante de dados, de convites e o excesso de opções são uma constante. Dentro deste cenário, fica a pergunta: como criar um evento que transcenda esse mar de distrações e permaneça na memória das pessoas?

Há três décadas, temos o privilégio de projetar e organizar eventos que buscam, acima de tudo, momentos de encontros genuínos. Na minha trajetória, vi o setor de eventos se transformar profundamente. O que antes bastava – um espaço adequado, um nome expressivo no palco, uma recepção impecável – hoje é insuficiente se não houver um verdadeiro propósito e uma experiência memorável em cada detalhe.

A grande questão não está apenas na tecnologia, na estrutura ou no número de pessoas presentes. O segredo está em criar uma conexão real, que desperte o desejo de vivenciar algo único. Quando idealizamos o Sálvia – Festival de Arte, Cultura e Gastronomia de Caxias do Sul, nosso objetivo foi claro: proporcionar uma experiência sensorial que envolvesse a gastronomia, a música e a cultura de maneira harmoniosa, levando o público a redescobrir o que a Serra Gaúcha tem de melhor. E, assim, fazer com que a memória daquele momento permanecesse, convidando todos a revivê-lo a cada nova edição.

Os projetos especiais que desenvolvemos, como as palestras com grandes nomes nacionais, também seguem essa filosofia. Mais do que apresentar conteúdos, buscamos proporcionar experiências enriquecedoras que envolvam o público de forma intimista e participativa. Nada é mais gratificante do que ver um espectador se sentir parte de algo maior, que o transforma.

Em um mundo saturado de informações e distrações, o nosso maior desafio é criar eventos que, ao invés de preencherem agendas, se tornem momentos de verdadeira transformação. Porque, no final, não é o que você vê ou ouve, mas o que você sente e vivencia que permanece na tua memória.

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